Os espaços públicos fazem
parte de um processo fundamental de produção das cidades. Historicamente, são
nestes espaços que se desenvolvem as relações de vivência e coletividade de uma
comunidade. Além de poderem ser concebidos como áreas verdes para reforçar a
ideia de conservação e preservação da biodiversidade (PINA; SANTOS, 2012 apud
GOMES at al, 2012). Avaliada pela sua dimensão social e humana, a importância
de uma cidade é proporcional aos atributos urbanos de seus espaços públicos e
aos predicados arquitetônicos que os delimitam. Esses e outros espaços de lazer
são símbolos materializados na paisagem que transcendem ao tempo e o espaço
local (GOMES et al, 2012).
Tais espaços são
lugares projetados para uso cotidiano e suas formas mais conhecidas são as
ruas, as praças e os parques. Estes locais são abertos e acessíveis a todas as
pessoas. Trata-se de uma área de interação social na qual pessoas de diferentes
segmentos compartilham de copresença para uma prática de civilidade e diálogo.
Esses espaços de lazer são símbolos que, materializados na paisagem,
transcendem o tempo e o espaço local (ALEX, 2008; GOMES et al, 2012).
Para Sun Alex (2008),
praças, ruas, jardins e parques formam o conjunto de espaços abertos na cidade,
que mesmo que não haja uma farta vegetação, respondem ao ideal de vida urbana
em determinado momento histórico. Esses espaços, com funções, usos e inserção
urbana diversos, exigem, consequentemente, projetos de natureza diferentes.
Assim, o espaço público em nossa cultura vincula-se à acessibilidade de todos
os indivíduos, moradores ou visitantes capazes de interagir livremente na mesma
base, independente de sua condição social. Ainda segundo o autor, a localização
de tais espaços na cidade, sua permeabilidade como acesso, a impressão que
irradia e a atmosfera de seu interior, que convidam a adentrá-los, amplificam
suas condições de espaços públicos. Outra característica refere-se à
multiplicidade de usos urbanos que eles admitem, como o comércio, os serviços,
o encontro, o lazer ou até mesmo o descanso.
De acordo com Paulo
César da Costa Gomes (2002), além da ideia de liberdade e igualdade, os
atributos de um espaço público são os que têm relação com a vida pública, e
para que o mesmo opere uma atividade pública é necessário que se estabeleça, em
primeiro lugar, uma copresença de indivíduos. O autor ainda afirma que tal
espaço é, antes de tudo, “o lugar, praça, rua, shopping, praia ou qualquer tipo
de espaço onde não haja obstáculos à possibilidade de acesso e participação de
qualquer tipo de pessoa” (GOMES, 2002). É uma área de mistura social de
diferentes segmentos, com diferentes expectativas e interesses que,
ultrapassando suas diversidades e o particularismo, interagem em uma prática
recorrente da civilidade e do diálogo.